Perdoa-me

transeunte desprevenida e despenteada em luanda

Perdoa-me, rapariga desprevenida e despenteada. Perdoa-me, feia. Eu não te vi, juro que não te vi. Só queria fotografar o cabeleireiro, o anúncio ingénuo e exótico. A Beatriz Costa do Morro Bento. Só pensava em pressionar o botão da câmara alheia antes que alguém visse, antes que um candongueiro ultrapassasse pela direita tapando a vista, antes que o nosso carro rastejasse para fora dali. Queria poder fechar a janela e voltar ao conforto do ar condicionado, eu nem olhei, eu não te vi.

Perdoa-me se continuo a sorrir, se mando esta foto para os meus amigos, se a mostro aqui.

z.