[poema que faz agora um ano]

cidade vermelha ferida de ruína
muralha mordida mil vezes pelo tempo
acolhe corvos, serpentes, nas tuas silvas negras
velha mãe de cada criatura, regaço frio,
ventre sujo e exausto de onde o deserto nasce
arde na luz sangrenta da lua
brasa que o vento afoga num mar de cinza

vôa morcego – pequeno, quente, negro – como um coração

z.