[poema explicado à Ralu]

todo o inverno temos laranjas amigas altivas em braços negros erguidas lavadas na água do céu jóias de ouro jorram entre espinhos recebidas em sossego, presente de reis

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[poema escrito na manhã em que tirei a foto ali acima]

a manhã sentou-se, ofegante e cansada como uma dança acabada o mundo esqueceu os chamamentos e as flores saiu em ombros da areia sem ouvir cada única voz o calor vadio do passar das horas, ruidoso e perecivel roendo os sentidos onde se demora o sol é tarde nesta manhã e a manhã sentou-se

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Flying over Akureyri

Last night I dreamt I was flying over Akureyri. I was flying very high at first and could only see mountains and valleys, then came down slowly, descending in large circles over snow and water. Sometimes it was just like the satellite photos on Google Earth, sometimes it was just a white plain near the […]

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[poema muito, muito, muito antigo]

chave de ouro existe o tempo, os gatos correm na erva e à noite vejo luzes de outras cidades. provo da vida como de uma maçã cheia de fumo.

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[poema que faz agora um ano]

cidade vermelha ferida de ruína muralha mordida mil vezes pelo tempo acolhe corvos, serpentes, nas tuas silvas negras velha mãe de cada criatura, regaço frio, ventre sujo e exausto de onde o deserto nasce arde na luz sangrenta da lua brasa que o vento afoga num mar de cinza vôa morcego – pequeno, quente, negro […]

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[poema escrito num Airbus A340]

chama-se solidão, última a partir primeira a chegar à festa do coração Agora em Islandês: nafnið hennar er einsemd, síðust til að yfirgefa fyrst til að koma að partíi hjartans.

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Perdoa-me

Perdoa-me, rapariga desprevenida e despenteada. Perdoa-me, feia. Eu não te vi, juro que não te vi.

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Irmã Barata

barata morta de patas erguidas triste camarada nas escadas vazias bebeu e dançou, embriagou-se do mundo comeu o que quis no banquete de veneno subiu três lances, rezou e dormiu a morte a descobre, impúdica, obscena.

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